quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O brincar

O brincar
Pesquisa:
46% das crianças preferem ganhar roupas a brinquedos.
33% brinquedos.
10% videogames.
Atividade preferida: ver televisão, seguida por brincar.
A brincadeira está morrendo?
O que os educadores têm a ver com isso?
Origem etimológica da palavra: brincar.
Qual a importância do brincar?
Brincamos para dominar angústias e controlar impulsos, assimilando emoções e sensações, para tirar as provas do Eu, estabelecer contatos sociais, compreender o meio, satisfazer desejos, desenvolver habilidades, conhecimentos e criatividade.
Os jogos e brincadeiras dão um senso de continuidade, permanência e pertencimento. Nos reporta ao passado, aos nossos antepassados e a nossa cultura.
Brincamos / jogamos porque estas atividades geram um espaço para pensar que desenvolve o raciocínio desenvolvendo o pensamento.
Favorece: a superação do egocentrismo; desenvolvimento da solidariedade; e da empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro), introduz através do compartilhamento de jogos e brinquedos novos sentidos para a posse e para o consumo.
Em que condições é possível brincar?
O brinquedo ou a brincadeira é melhor quando oportuniza a ação física ou mental. Quando o indivíduo que brinca é sujeito da brincadeira e não mero espectador. Quando ele é provocado, desafiado. Nenhum brinquedo é um fim em si mesmo ele depende da ação de alguém para que possa assim ser classificado, por isso podemos concluir que não só os brinquedos propriamente ditos serão alvo de brincadeiras... O que faz um brinquedo ser brinquedo é a ação de quem brinca.
Intervenção do brincar, quer como finalidade terapêutica, quer como finalidade educativa.
O espaço como indicativo de facilitador ou inibidor das brincadeiras.
Para onde vai o brincar quando a infância acaba? Identificado por Winicott como substância da ilusão, na vida adulta responde pelo que é inerente à arte, à religião à cultura, enfim. No adulto sobrevive no manejo do imponderável, do inusitado, no humor na leveza de espírito, na capacidade de enfrentar o aleatório e o inesperado; o transe de alguns profissionais apaixonados; nos jogos da vida amorosa. Como crê Winicott, “é somente no brincar que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e somente sendo criativo pode descobrir seu eu”. Assim a principal herança do brincar para a vida adulta é a criatividade. ( Fortuna 2000).
Viver para brincar, brincar para viver!
Fazer viver o brincar, quando nos tornamos “gente grande”, é uma forma de perpetuá-lo.
Adultos que assim vivem – para brincar e fazer brincar – podem estimular a construção de um outro senso de realidade, por meio do qual a participação social marcada por novo imaginário, novos princípios e valores, seja possível, através da solidariedade, ousadia e autonomia das atividades lúdicas. Brincando reconhecemos o outro na sua diferença e singularidade, e as trocas inter-humanas aí partilhadas podem lastrear o combate ao individualismo e ao narcisismo, tão abundantes na nossa época. Vivendo para brincar, fazem viver, pelo brincar, novas formas de vida.

Fonte: Revista Espaço pedagógico UPF – VIDA E MORTE DO BRINCAR – TÂNIA FORTUNA

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