domingo, 18 de julho de 2010

Contribuição da mãe da Sofia

Oi,
Penso que em pleno século XXI, parece um pouco "medieval" que um
presidente precise criar uma LEI para proibição da palmada.Em tempos de total desrespeito na relação aluno-professor, onde professores calam a boca de crianças com fita adesiva e que alunos
agridem física ou verbalmente professores, me pergunto quando tudo começou e onde vai parar.
Tenho pensado muito no que meus professores me falavam: estudei em escola pública e lembro-me dos professores repetidamente falarem queapesar da escola ser uma extensão da nossa casa e de passarmos muito tempo lá dentro, esta tinha a missão de contribuir para a educação e que a função educativa primordial deveria partir das famílias. Antigamente, até havia o péssimo hábito dos professores educarem na base do castigo físico, depois houve a conscientizacão da educação com diálogo mas parece que atualmente estamos vivendo o retrocesso.
Infelizmente, hoje tenho percebido cada vez mais que esta responsabilidade de EDUCAR tem sido JOGADA no colo dos profissionais da educação.
Nunca imaginei que precisasse de lei de proibição da palmada...
ora, desde quando professor tem o direito de dar palmada para precisar de uma lei de proibição??? Independente palmada ser certo ou errado, isso é de julgamento de PAIS e não de professores ou qualquer outro profissional da área de educação.
Morei dos 10 aos 11 anos nos Estados Unidos e lembro que meus pais comentavam muito sobre o modo americano de educar... Crianças "soltas", passavam o dia na escola e voltavam para a casa sozinhos fazendo o que bem queriam até que os pais voltassem do trabalho.Eu era a única que tinha uma mãe me buscando na porta da escola e hoje como mãe entendo que era mais do que o gesto de não me deixar voltar sozinha para a casa, mas sim... tinha o propósito de olhar atentamente aos acontecimentos, aos colegas provocativos de bullying e de riscos de uma criança solta a disposição de adultos mal intencionados. O resultado da desatenção familiar cultural dos americanos não é novidade para ninguém: adolescentes precoces e sem limites, adultos
desapegados ao carinho familiar.
Hoje esta é nossa realidade também, infelizmente.
Finalmente, acho uma lei tola e sem propósito e que deveria nos
levar a repensar e nos perguntar: "Afinal, como estou educando meu(s)
filho(s)? Qual o tamanho da minha responsabilidade na formação do
caráter do meu filho? O quanto estou responabilizando a escola pela
educação do meu filho? "
Não perco a esperança, noto que a geração da minha filha possui
uma percepção diferenciada e mais evoluida sobre o mundo e tenho
percebido que estas crianças mais nos ensinam do que nós a elas!!
Talvez estas crianças possam construir um mundo com conceitos mais
dignos e coerentes.
Bjs
Vanessa

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